domingo, 18 de março de 2012

Foral

 Foral de Lavos passado pelo Rei Dom Manuel I em 1519. 

Lavos, a História de um Foral

O povoamento poderá ter sido iniciado em meados do século XII, do qual se encarregou o Bispo de Coimbra, João Anaia (1148-1154). Já foi Couto, Vila e Sede de Concelho, foi Priorado da apresentação alternativa ao Pontífice, Rei, Bispo e Cabido da Sé de Coimbra, do termo de Montemor-o-Velho.
O Couto de Lavos foi doado em testamento pelo Abade Pedro à Sé de Coimbra em 1100, com seus limites: a Igreja de S. Julião, junto à foz do Mondego e a herdade de Lavalos (Lavalos é a Vila de Lavaos, depois sepultada nas areias, que o cronista dos regrantes, D. Nicolau de Santa Maria, diz ter sido coutada e doada por D. Afonso Henriques ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, segundo carta de confirmação de Dezembro de 1166), ou Lavaos com seus termos, Casseira, S. Veríssimo e Fontanela, além de S. Martinho do Couto, junto a Coimbra. Não sem manifestar a sua dedicação àquela Sé Catedral de Santa Maria, em seus legados, faleceu aquele Eclesiástico no ano de 1100; depois desta data, a região de Lavos voltou a ser assolada pelos sarracenos, com guerras e “fossados” (investidas ou correrias) que, além de epidemias e das fomes consecutivas, mais contribuíram para fazer escassear o povoamento. Só depois, da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1147, se povoou de vez esta região, de que se encarregou o Bispo de Coimbra.
Mais tarde, em Janeiro de 1217 foi feita a concessão do Foral por D. Afonso II, a povoação tinha então o nome de “Lavos da Marinha“.
O antigo couto de Lavos, de forma quadrilátera, estendia-se no maior comprimento, no sentido norte-sul, a confinar remotamente: ao norte, com o Mondego; a leste, com a “fonte” (nascente) de Cavaleiros, seguindo depois pela cumeada e descendo pelo paúl e rio Mondego contiguamente ao couto de Seiça; a oeste, o oceano; e a sul, ainda a Mata de Seiça, (caminho que vai para a fonte Covo) desce à lagoa da Ervedosa (Ervedeira), seguindo depois pelo Pinhal até chegar ao mar.
Teve novo Foral de D. Manuel I em 20 de Dezembro de 1519. A Freguesia foi um Priorado da apresentação alternativa do Papa, do Rei, do Bispo e do Cabido da Sé de Coimbra. Passou, depois, a ser da apresentação do ordinário e de concurso. Lavos e as povoações vizinhas assentam nos areais ao sul do Mondego. A primitiva povoação desapareceu pouco a pouco, sob a areia. A transferência da Igreja Matriz marcou a da Freguesia nos meados do séc. XVIII.

Lia Costa




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