Na presença dos presidentes da Junta de Freguesia de Lavos e da Câmara Municipal, José Elísio e João Ataíde, e várias dezenas de cidadãos, foi descerrada a placa que, para além de assinalar a inauguração, dá a conhecer a história do edifício:
«Construção usualmente designada por Palheiro, destinada a armazém ou habitação, edificada pelos próprios pescadores, tanto nesta como nas demais povoações costeiras deste litoral. Os palheiros são um engenho da construção, sendo usados os recursos naturais mais abundantes no local (palha, juncos e madeira dos pinhais). São assentes em esteios de pinho para possibilitar a circulação da areia e das águas do mar em tempos de mares vivas, com a possibilidade de serem levantadas e mudadas. As paredes exteriores são revestidas com tábuas de pinho dispostas horizontalmente, sem qualquer pintura, mostrando a cor natural da madeira que irá envelhecendo com o tempo. As paredes interiores são em tabique compostas por um tabuado e ripas pregadas aos prumos, ficando o interior preenchido com canas, formando o denominado enxaimel de cana, a que se adere a argamassa. O telhado é de duas águas, com empenas dos lados e um beiral largo na frontaria. Numa das esquinas do telhado, imediatamente sobre o borralho de tijolos no interior, emerge a chaminé, igualmente em madeira, a estreitar para o cume. O acesso era normalmente feito através de uma escada estreita e bastante inclinada. Estas casas tinham apenas uma ou duas divisões, demonstrando bem o modo simples da vida destas gentes.»
Na cerimónia, José Elísio (que já anunciou a sua recandidatura)
congratulou-se por ver finalmente inaugurada esta «casa típica»,
destinada a fazer prevalecer, na memória das gerações futuras de
habitantes e visitantes, a história, as raízes e a cultura desta
localidade. “Demorou uns anos mas conseguiu-se, com fundos do PROMAR,
que permitiram também a reconstrução da antiga Casa dos Pescadores”,
explicou. A casa típica custou cerca de 45.000 euros, suportados por
fundos do PROMAR em 85%, sendo o restante assumido pela autarquia.
Falando na qualidade de presidente da Câmara Municipal da Figueira da
Foz, João Ataíde também louvou a concretização de uma obra que, “apesar
de singela, engrandece a Costa de Lavos, homenageando as tradições que a
caracterizam”. O autarca manifestou a convicção de que a obra
inaugurada “vai ser muito bem aproveitada, dando a conhecer mais de
perto a cultura específica desta zona do concelho”.
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