Em 1383, com a morte de D. Fernando, é aclamada rainha de Portugal em algumas localidades a sua única filha, D. Beatriz, então casada com o monarca de Castela, João I. Este desde logo mandou adicionar as armas de Portugal às suas, colocando-as por baixo do brasão de Castela (como se vê na imagem da esquerda), tal como se depreende na Crónica de D. João I, de Fernão Lopes: Vinha o arcebispo de Toledo com capa bem rica, e mitra na cabeça, e todos os conegos, e clerezia da cidade rezando, e traziam a bandeira das armas de Castella, e os signaes de Portugal, e concertos em baixo (capítulo LV).
Sucedeu, porém, que ao sair da Sé de Toledo, onde foi aclamado às vozes de Real, real, por el-Rei D. João de Castela e de Portugal pelos dignitários castelhanos e os membros do séquito de D. Beatriz aí presentes, quando a bandeira era transportada pelo alferes-mor João Furtado de Mendonça, que seguia a cavalo, descoseu o vento os signaes de Portugal, que iam debaixo, e ficaram pendurados, e o cavallo em que ia o alferes foi topar em um canto da Sé, e quebrou lhe uma espádua, e cahiu com elle. Alguns que esto viram, tiveram-n’o a mau signal, dizendo entre si, que nunca el-Rei de Castella havia de ser Rei de Portugal, e disseram a el-Rei de Castella que não era bem de os signaes de Portugal andarem assim em fundo. E elle logo mandou poer os signaes ambos em escudo eguaes. (Fernão Lopes, Crónica de D. João I, capítulo LVI). A bandeira armorial de Portugal e Castela tomou então o aspecto com que surge representada à direita (idêntica às armas constantes nos selos que sobreviveram dos documentos assinados por D. Beatriz como rainha de Portugal).
Esta bandeira não é tradicionalmente considerada como uma das bandeiras históricas do país. Porém, se se considerar que D. Beatriz reinou de jure em Portugal, é legítimo que figure na galeria das bandeiras nacionais. Mais, apesar de jamais ter sido hasteada em Lisboa, enquanto capital do reino, sempre fiel ao Mestre de Avis, certo é que esvoaçou nas alcáçovas dos vários castelos que reconheceram o governo de D. Beatriz, designadamente o de Santarém, onde D. Beatriz e o seu marido se instalaram na tentativa do reconhecimento, de facto, da sua realeza.
Sucedeu, porém, que ao sair da Sé de Toledo, onde foi aclamado às vozes de Real, real, por el-Rei D. João de Castela e de Portugal pelos dignitários castelhanos e os membros do séquito de D. Beatriz aí presentes, quando a bandeira era transportada pelo alferes-mor João Furtado de Mendonça, que seguia a cavalo, descoseu o vento os signaes de Portugal, que iam debaixo, e ficaram pendurados, e o cavallo em que ia o alferes foi topar em um canto da Sé, e quebrou lhe uma espádua, e cahiu com elle. Alguns que esto viram, tiveram-n’o a mau signal, dizendo entre si, que nunca el-Rei de Castella havia de ser Rei de Portugal, e disseram a el-Rei de Castella que não era bem de os signaes de Portugal andarem assim em fundo. E elle logo mandou poer os signaes ambos em escudo eguaes. (Fernão Lopes, Crónica de D. João I, capítulo LVI). A bandeira armorial de Portugal e Castela tomou então o aspecto com que surge representada à direita (idêntica às armas constantes nos selos que sobreviveram dos documentos assinados por D. Beatriz como rainha de Portugal).
Esta bandeira não é tradicionalmente considerada como uma das bandeiras históricas do país. Porém, se se considerar que D. Beatriz reinou de jure em Portugal, é legítimo que figure na galeria das bandeiras nacionais. Mais, apesar de jamais ter sido hasteada em Lisboa, enquanto capital do reino, sempre fiel ao Mestre de Avis, certo é que esvoaçou nas alcáçovas dos vários castelos que reconheceram o governo de D. Beatriz, designadamente o de Santarém, onde D. Beatriz e o seu marido se instalaram na tentativa do reconhecimento, de facto, da sua realeza.
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